12-2021 (v. 4) Do Coreto
clac
desmancham a última barraca da feira
rumor de pneus no asfalto molhado
feixe escapa de seteira da matriz
canto ainda exala ranço de óleo
intragável sorvete diet
crat,
em meio
a odores,
luzes, sons,
toques, sabores,
em sinestesias,
me desloco,
ao redor
coreto,
plat,
com gostos
aromas
indefinidos
um pesadelo de valsa
trac,
farfalham
as folhas
faiscantes
dos fícus
crat,
estrondeiam bicicletas motorizadas
umas pela direita
do lado do cinema
venom em exibição
do hipermercado fechado
umas pela esquerda
do lado da sorveteria vazia
do boteco aberto
do mercadinho fechado
amarelo,
vermelho, verde,
amarelo, vermelho,
verde, amarelo
percebo
de repente
que degluti
sem perceber
des-coordenadas
mãos e mentes
regurgito
quase vomito
ergo sum
do banco
de madeira quebrado,
sem encosto,
desço a escadaria,
lanço copinho e colherzinha de plástico na lixeira,
o vento os faz adernar,
interrompo o passo,
retorno,
faço o depósito,
abro guarda-chuva,
para me proteger da neblina
Com o paladar
ainda amargando,
vou ao boteco,
coloco máscara,
peço uma ks.
Do pórtico,
passo em revista,
o ao redor
tento um pouco de desfoco
retiro a máscara
beberico
o gás intensificado
via gargalo de vidro
revejo o caule de ficus
cortado, apodrecido,
com vários copos
e guardanapos
e talheres
plásticos
ao redor
e além
em fissura
no centro do canteiro,
há alguns dias, no início
nas primeiras águas da primavera,
inseri terra de compostagem caseira
plantei o agora tenro
abacateiro
e fico a flanar
entre fascinantes
fragrâncias,
flagrantes,
frêmitos,
fragores,
fulgores,
por vanres, 10/10/2021, v.1.05 +/ +(11/10/2021)
26042023
01feb24 07:28 às
265°
Do coreto, sinto odores, trânsitos, luzes e ruídos, desloco-me. Clac, plac, tlac, crac do desmanche da última barraca da feira, feixe de luz sai de seteira da matriz, semáforo fecha abre fecha, rumor de pneus no asfalto molhado, as folhas reluzentes dos fícus farfalham ao vento, intragável sorvete diet com sabor indefinido, bicicletas motorizadas, uma pela direita, ao lado do cinema que passa Venom, uma pela esquerda, ao lado da sorveteria vazia.
Degluti o sorvete sem perceber.
Com a boca amarga, passo a vista ao redor, coloco máscara, ergo-me do banco balançante, desço a escada, lanço copinho e colherzinha de plástico na lixeira, abro guarda-chuva, cadencio o passo, observo o caule do mais antigo ficus da praça, com vários copos plástico ao redor, cortado, apodrecido, com uma abertura no centro, em que colocaram terra e plantaram um tenro abacateiro, me alieno das luzes dos ruídos dos odores dos…
por vanres, 10/10/2021, v.1.04+ (11/10/2021)
265° do coreto
Do coreto, sinto odores e observo trânsitos, luzes e ruídos. Clac, plac, tlac, crac do desmanche da última barraca da feira, feixe de luz sai de seteira da matriz, semáforo fecha abre fecha, rumor de pneus no asfalto molhado, as folhas reluzentes dos fícus farfalham ao vento, intragável sorvete diet com sabor indefinido, bicicletas motorizadas, uma pela direita, ao lado do cinema que passa Venom, uma pela esquerda, ao lado da sorveteria vazia.
Degluti o sorvete sem perceber.
Passo a vista ao redor, coloco máscara, ergo-me do banco balançante, desço a escada, lanço copinho e colherzinha de plástico na lixeira, abro guarda-chuva, cadencio o passo, observo o caule do mais antigo ficus da praça, com vários copos plástico ao redor, cortado, apodrecido, com uma abertura no centro, em que colocaram terra e plantaram um tenro abacateiro, me alieno das luzes dos ruídos dos odores dos…
por vanres, 10/10/2021, v.1.03 + (11/10/2021)
265° do coreto
Do coreto, sinto odores e observo trânsitos, luzes e ruídos. Clac, plac, tlac, crac do desmanche da última barraca da feira, feixe de luz sai seteira da matriz, semáforo fecha abre fecha, rumor de pneus no asfalto molhado, as folhas reluzentes dos fícus farfalham ao vento, intragável sorvete açucarado com sabor indefinido, bicicletas motorizadas uma pela direita, ao lado do cinema que passa Venom, uma pela esquerda ao lado da sorveteria vazia na noite.
Sorvete sumiu e nem percebi. Passo a vista ao redor, coloco máscara, ergo-me do banco balançante, desço a escada, lanço copinho e colherzinha de plástico na lixeira, abro guarda-chuva, cadencio o passo, me afastando das luzes e ruídos …
por vanres, 10/10/2021, v.1.02 + (11/10/2021)
265° do coreto
Do coreto a observar os trânsitos, luzes e ruídos da cidade, em noite chuvosa.
Clac, clac do desmanche das barracas da feira de artesanatoda, rastilho deles luz atravessa seteira da matriz as árvores balançam ao vento suave, semáforo fecha, abre, fecha, o ruído dos pneus no asfalto molhado o sorvete extremamente açucarado açucara com sabor indefinido bicicleta motorizada uma pela direita, ao lado do cinema que passa Venom uma pela esquerda ao lado da sorveteria vazia na noite fria
Meu sorvete acaba me levanto coloca a Máscara abro guarda-chuva desço a escada o copo de plástico na lixeira encontrei a passo enquanto me afasto dos ruídos da noite
por vanres, 10/10/2021, v.1.01 + (10/10/2021)
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