97#-24 vozes insubmissas
Bom dia, meu caro!
desculpe o adiantado das horas
em meio ao belo apagar
das luzes artificiais
neste alvorecer
de mais tensa
luz natural
mas
poder
me expressar
entre as horas
de vigília e laudes
são vantagens
de diálogos assíncronos
felizmente
podem participar
cada um aninhado
em seu momento
e lugar
embora
por favor
venho pedir
me silencies
mas não deixes
de louvar comigo
estes inspiradores dias
mas me silencie
para que eu possa
compartilhar convosco
mesmo nas horas de vigília
auscultemos
mais potentes
os naturais
ruídos e
cantos
então
me
silencies
nao almejo
te despertar
do reparador
e merecido
longo
sono
minhas insônias
estão a me obrigar
ao compartilhamento
ainda mais
nas noites iluminadas
de potência
não tão in-
-espera-
-da
fracasso agora
em silenciar os cantos
as vozes não admitem mais
voltar a cantar
na caverna
profunda
cantos
a resistir
desbragadamente
a olhar este mundo ao redor
como se fosse constituído de sombras
ainda mais após
um mês e meio
de volta às luzes
fora da cabeça
de papelão
então
os barbitúricos
já não mais me silenciam
peço a tu me silenciares
está a cada dia
mais danoso
no canto
o meu silêncio
lembra-se
daquele fogo de palha
lançado em campo seco
por demais ressequido
agora em labaredas a tudo devora
mesmo
com tantos
entre tantos
encarecidamente
vamos procurar
dar-nos as mãos
no nosso continuo
passarinhar
lado a lado
nessas horas
tão ruidosas ao longo
de mais um fulgurante dia de sol
então se lembres
de me silenciar
entre as vésperas
e horas completas
de tão provável
próxima insone
noite
@vanres1981
02fev24
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