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Prof. Dr. Vander Resende, Doutorado em Lit Bras, pela UFMG; Mestre em Teorias Lit e Crít Cul, UFSJ

domingo, 3 de março de 2024

 248/24 Greve de professor@s federais: hipocrisia ou consciência da classe média-média para cima, por @vanres#2016

Depois 
de tantas 
manifestações,
entre 2013 e 2016;
depois de tanto 
cúmplice
silêncio,
de 2016 
ao final de 2022, 
diversas categorias
ameaçam operações 
padrão-tartaruga
greves

em um contexto 
como o vivido atual
isso demostra o quê? 

com honrosas 
e raras exceções:

o eterno retorno

Por princípio, sou a favor da luta dos trabalhadores pela melhoria das condições de trabalho, salário e direitos. 

Considero que sobretudo em situações de abuso e assédio moral, os trabalhadores só conseguirão superar a opressão se organizando coletivamente.

Contudo, depois de anos sofrendo tantos abusos e repressões, com os diretores sindicatos convocado paralisações a que a amplíssima maioria não aderia, voltam ao horizonte, menos cor de chumbo, as paralizações.

E não só, mas até já se fala em greves de servidores e operações padrão - tartaruga.

E eu, inocente, que pensei serem as greves coisa de outros tempos.

Essa volta do movimento paredista - neste início do 2° ano de um governo social-democrata - demostra o quê? 

Com raras e honrosas exceções:

A volta do corporativismo mais desbragado!?!?! 

A consciência e a defesa de um estamento social!?!?!

Uma hipocrisia ilimitada!?!


Nessas horas, agradeço não ter seguido carreira no serviço público federal. 

De 2010 a 2015, entrei por concursos públicos em 3 cargos federais: servidor no Min. Planejamento; empregado na Caixa; servidor no INSS.

 Dos dois primeiros me exonerei  para avançar da classe média-baixa para média-média e desta para a média-alta.

Neste cargo, após menos de um ano, me exonerei a pedido e sem destino certo. 

De 2015 a 2024, não voltei a ocupar cargos em nível federal.

Considerando:

o contexto da última década 

o silêncio quase generalizado

as contribuições para o avanço do neoliberalismo no Brasil 

e apoio a queda da social-democracia em 2016.

É revoltante acompanhar esse movimento grevista que vai lentamente se retroalimentando e arrisca se generalizar em breve.

Não que os servidores de outros níveis não sejam tão ou mais hipócritas. Já fui servidor municipal e sou hoje servidor estadual.

 É assombroso o abandono pelos servidores públicos das lutas por melhorias que vão além de seus interesses corporativistas, em cada nível ou classe.

Todavia, ao menos, não estou convivendo diariamente com membros da classe média-média e média-alta.

 Servidores que ganhando remunerações bem acima da média, se comportam e lamentam, com honrosas exceções, como se estivessem recebendo remunerações miseráveis.

Sei que quanto mais se ganha, mais se gasta e mais se endivida.

Contudo, no Brasil, em que a ampla maioria das famílias vivem com rendas mensais familiares de menos que R$ 5 mil,  simplesmente me embrulha o estômago ver um servidor que ganha acima de R$ 5 mil por mês se lamuriar com a insuficiência da renda. 

Entendo que R$ 6 mil por pessoa não é o suficiente para uma vida de classe média-alta ou alta.

Contudo, no geral, são esses mesmos servidores (com honrosas exceções) que abandonaram quase toda a solidariedade com a classe média-baixa e baixa. 

Classes que os servidores públicos federais abandonaram vergonhosamente durante as reformas:

 trabalhista, 

educacional do ensino médio e 

previdenciária;

Classes de onde vieram a maioria dos servidores e empregados públicos federais; 

Então, depois de 6 anos de neoliberalismo desbragado, em que a ampla maioria dos servidores, mesmo frequentemente convocados pelos sindicatos, se abstiveram de lutar por seus próprios interesses ou pelos interesses da massacrada classe trabalhadora, começa o corporativismo dos servidores a ganhar força e ir contra a inércia anterior.

E surgem ameaças de greves, operações padrões, etc, - ainda localizadas em categorias específicas. Mas cada dia emergem mais.

Não se lutou pela coletividade dos trabalhadores massacrados, ainda mais que o "normal" do Brasil, entre 2016 e 2022.

Contudo surgem vários indícios de que virão por aí novas jornadas de manifestação e de greves.

Será que os servidores e empregados públicos sairão as ruas como saíram entre 2013 e 2016?

Mais que provável!

Será que esperam contribuir para repetir a experiência anti-estado ou pró estado-mínimo?

Provável!

Detalhe: estado-mínimo para as classes trabalhadoras e estado-máximo para corporativistas e corporações.

E assim se começa a demonstrar, 

como se fosse necessário, 

mais uma vez, 

com raras e honrosas exceções,  

como a ampla maioria 

dos servidores e empregados públicos federais 

de classe média-média e média-alta

 sabem defender muito bem 

os interesses da classe a que ascenderam ou ascenderão,

 bem como a forte e corporativista

consciência 

de a qual estamento social 

pertencem!

@vanres#2024

03mar24

180324

14:36

saiba mais

248b ∆ 24 - LUGOV E SERVIDORES PÚBLICOS 





"Governo espera relatório para decidir sobre reajuste de servidores

Resposta final sobre concessão ou não de reajuste salarial em 2024 depende do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que sai em 22/3

Flávia Said

03/03/2024 02:05"

"os servidores alegaram que, sem recomposição salarial neste ano, não há acordo. Ou seja, devem intensificar as mobilizações. Algumas categorias, como a dos funcionários do Banco Central (BC) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), têm feito paralisações para pressionar o governo. Um movimento grevista geral não está descartado."

 https://www.metropoles.com/brasil/reajuste-a-servidores-governo-espera-relatorio-para-decidir-posicao#:~:text=os%20servidores%20alegaram,n%C3%A3o%20est%C3%A1%20descartado.



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