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Antologia: Miríade, Distopia, Utopia (2004-2024) -

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Prof. Dr. Vander Resende, Doutorado em Lit Bras, pela UFMG; Mestre em Teorias Lit e Crít Cul, UFSJ

domingo, 25 de agosto de 2024

7° rajadas de ventos, 24/2/2008, draft

rajadas de ventos 

vigorosos aqui dentro

Cuidado, aguarde um momento,

regule a respiração 

sufoque a ousadia

contenha a distração

controle ventania;

aguarde dispersão,

descarte a epifania,

 abafe a abstração,

direcione as ondas

 

E a minha singularidade?


não a emancipe

 conduza-a,

regre-se,

 

muito eventualmente

, com atenção extrema, 

em um nublado domingo invernal 

retiro cadeado

abro a porta

 

. Entretanto, em nosso sobrado,

recomendo manter-nos protegidos,

muro alto com vidro estilhaçado,

 cercas de arame farpado

gradil pontiagudo,

fio eletrificado,


E o prazer?

Um dia, 

dessa forma, 

em tempos de mais certezas,

poderia

soltar cães

libertar os sonhos

levar-me pela brisa quente

lutar contra moinhos de vento 

deixar de me sentir estrangeiro

adentrar labirinto no milharal

lançar distante o novelo de Ariadne


E o ego?


Todavia, então, esse, talvez, esteja

 moribundo,

, adestrado, 

, contido, 

 

não lastimo

tantos subvivem 

por quase um século 

sem gozar o corpus vivo  

sem vivenciar o vento nos cabelos 

sem sentir

o espanto



Por VanRes, 24/2/2008, x@-x a (12/10/2021 v.4.05; 20/04/2022) 31032023

25/06/2024

25/08/2024

 8°, rajadas de ventos, 24/2/2008

rajadas de ventos 

vigorosos aqui dentro

Cuidadoaguarde um momento,

regule a respiração 

sufoque a ousadia

contenha a distração

controle ventania;

aguarde dispersão,

descarte a epifania,

 abafe a abstração,

direcione as ondas

 

E a minha singularidade?


não a emancipe

 conduza-a,

regre-se,

 

muito eventualmente

, com atenção extrema, 

em um nublado domingo invernal 

retiro cadeado

abro a porta

 

. Entretanto, em nosso sobrado,

recomendo manter-nos protegidos,

muro alto com vidro estilhaçado,

 cercas de arame farpado

gradil pontiagudo,

fio eletrificado,


E o prazer?


Um dia, 

dessa forma, 

em tempos de mais certezas,

poderia

soltar cães

lutar contra moinhos

deixar de me sentir estrangeiro

adentrar labirinto no milharal

lançar distante o novelo de Ariadne

levar-me pela brisa

libertar os sonhos

E o ego?


Todavia, então, esse, talvez, esteja

 moribundo,

, adestrado, 

, contido, 

 

não lastimo

tantos subvivem 

por quase um século 

sem gozar o corpus vivo  

sem vivenciar o vento nos cabelos 

sem sentir

espanto



Por VanRes, 24/2/2008, x@-x a (12/10/2021 v.4.05; 20/04/2022) 31032023

25/06/2024



 08º (10º) um vento vigoroso aqui dentro

! extremo cuidado!

aguarde um momento,

contenha a distração

controle a ventania;,

regule a respiração

aguarde dispersão,

descarte a epifania

sufoque a ousadia,

direcione ondas

abafe abstrações

 

E o ego?

E o prazer?

E minha singularidade?

não os emancipe

os conduza,

regule-os,

 muito raramente

, com atenção extremada, 

em uma ensolarada manhã de domingo

retire o cadeado 

abra a porta

 

. Entretanto, ,

muros altos com vidro partido,

 cercas de arame farpado,

mantenha-se protegido,

gradil pontiagudo,

em nosso sobrado

fio eletrificado,



Um dia, 

dessa forma, 

em tempos de mais segurança,

poderia


libertar os sonhos

levar-se pelo vento

sentir-se estrangeiro

soltar cães de aluguel 

lutar contra moinhos de vento

adentrar labirinto sem o fio de Ariadne


Todavia, então, talvez 

os sonhos estejam

, moribundos,

, adestrados, 

, contidos, 

 

não se lamente

muitos subvivem

sem gozar o corpus vivo  

sem vivenciar o vento nos cabelos 

 sem sentir o espanto

diuturnamente

suprimindo sonhos


Por VanRes, 24/2/2008, x@-x a (12/10/2021 v.4.05)

 

vento

então espere um momento

para que o abafamento

disperse o vento

sufoque a ousadia

contenha a ventania

descarte as novidades

“Mas e as minhas ideias tão originais?”

controle-as,

regule-as,

não as emancipe

“Mas e o prazer!”

Com cuidado

            Em um sábado de sol

tire o cadeado

abre a janela

            mas não retire

nem grades

nem cercas farpadas

nem fios eletrificados

um dia, num futuro distante, poderá

soltar os cachorros

libertar os sonhos

eles, talvez, já estejam adestrados, contidos

e tu decrépito, moribundo

 

“como tantos sobrevivem por tanto tempo

sem comer o corpus vivo”

me leve o vento e o espanto

24/2/2008

xx-x a v 4.03


 

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