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Prof. Dr. Vander Resende, Doutorado em Lit Bras, pela UFMG; Mestre em Teorias Lit e Crít Cul, UFSJ

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

266E-25 Rascunho Ensaio - O avanço da extrema direitadraft, [09/10/2014]

Infelizmente, está sendo fraca, ou inexistente, a desarticulação da extrema direita brasileira, em sua vertente "bolsonaro-olavista". 

Um problema para essa desarticulação é um diagnóstico muitas vezes equivocado dos motivos que levam ao avanço da extrema direita.

Diferentemente de muitos analistas progressistas, não considero ser uma lavagem cerebral o que aqueles que defendem Bolsonaro sofrem. Muitos que o apoiam, o fazem por considerar que ele defende seus valores e princípios.


Destaco que vivemos o avanço de um projeto político-ideológico estratégico, quase global, de extrema direita. Um projeto muito bem planejado e articulado.

 No Brasil, fruto de uma reação bastante consciente da classe média (ainda que por vezes velada) às políticas progressistas e da social-democracia desenvolvidas da pós-constituinte de 1988 até 2016 - sobremaneira no período de 2003-2014. 


Há também uma reação de religiosos ( evangélicos e católicos), que veem suas pautas desconsideradas ou sentem-se ultrajados por pautas progressistas (Aborto; cotas se gênero e raciais; casamento homossexual, educação pública secular).


 E ainda há uma revolta de trabalhadores de renda média, precariado e, principalmente aposentados, pensionistas, os quais têm uma percepção de perda de direitos, de status, renda, com o avanço das políticas decorrentes, dentre outras, da valorização do salário mínimo e das políticas de identidade ou melhor, das políticas de valorização de grupos sociais cujas identidades (raça, etnia, gênero, lgbtqia +] foram historicamente reprimidas. Além da revolta da classe média com a regulamentação do emprego doméstico, com concessão de direitos trabalhistas, mesmo que não como de Celetistas.


De forma, infelizmente, realista pondero que vivemos (não só no Brasil, mas praticamente em todo o dito "ocidente" e além: Turquia, Russia, Índia, Afeganistão, etc) uma reação conservadora e proto-fascista. 


Vislumbro um futuro distópico pela frente. Uma distopia de que a escatológica campanha de Pablo Marçal, para prefeito de São Paulo, em 2024, foi apenas um aperitivo. Isso em termos sócio políticos, econômicos, geopolíticos e afins. 

Uma reação turbinada pela raiva de quem se sente preterido e silenciado.


Nesse contexto, a vitória de Lula, em 2022, adiou, por algum tempo (vislumbro bastante limitado - enquanto ele conseguir/puder governar), o estabelecimento de um estado fascista no Brasil. 


Contudo, a vitória de Lula, com poucos governadores aliados nos estados mais ricos e populosos, e sem bancada progressista significativa, mais um Congresso majoritariamente patrimonialista, conservador, em termos numéricos, Lula só tende a ser um quebra-mar, até 2026 ou no máximo 2030. 

O avalanche do centrão e da extrema direita, na eleição para prefeitos e vereadores, em 2024, parece corroborar a leitura de como é precário o quebra-mar Lula.

Bem como, se Lula não conseguir reverter as políticas neoliberais mitigadas, que tem focado na austeridade e na manutenção do tripé macroeconômico (dólar flutuante valorizando-se, juros altos para atingir meta de inflação e reduzir crescimento da economia, défict fiscal zero) os riscos de perda de apoio, entre aqueles que o reelegeram, tende a aumentar.


 Percebo, cotidianamente (espero que erradamente e de forma míope e obtusa), que o reacionarismo e o fascismo estão cada vez mais se articulando, se ampliando, ao lado da frustração e revolta de setores da classe trabalhadora.

Um diferenciação entre processos sociais se faz necessária:

Reação

Revolta 

Rebelião

Revolução 

A revolta com as perdas reais ou percebidas levaram a muitos setores da classe trabalhadora colocar no Poder

Putin na Rússia 

Erdogan na Turquia, 

Modi na Índia,

Orban na Hungria, 

Trump nos EUA,

Melloni na Itália,

Etc

E o que explica muito dos ganhos em termos de crescimento do número se eleitorais desses e de

Le Pen e Zemmour na França 

AFD na Alemanha

Katz no Chile

Milei na Argentina

Geert Wilders na Holanda

Freedom Party na Áustria 


Com todas as peculiaridades de cada contexto, um ponto em comum, aos eleitores de todos esses processos e políticos foi 


- a *revolta* de um grande contingente de eleitores com a exclusão ou perdas econômica e financeira.


Para você, A ampla maioria desses eleitores revoltados são de qual classe social?

conferir 

364∆24 Summary : Extreme Right far-right alt-right , draft [09/10/2024]




Cf: angry workers and far right 

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