7° rajadas de ventos, 24/2/2008, draft
rajadas de ventos
vigorosos aqui dentro
Cuidado, aguarde um momento,
regule a respiração
sufoque a ousadia
contenha a distração
controle ventania;
aguarde dispersão,
descarte a epifania,
abafe a abstração,
direcione as ondas
E a minha singularidade?
não a emancipe
conduza-a,
regre-se,
muito eventualmente
, com atenção extrema,
em um nublado domingo invernal
retiro cadeado
abro a porta
. Entretanto, em nosso sobrado,
recomendo manter-nos protegidos,
muro alto com vidro estilhaçado,
cercas de arame farpado
gradil pontiagudo,
fio eletrificado,
E o prazer?
Um dia,
dessa forma,
em tempos de mais certezas,
poderia
soltar cães
libertar os sonhos
levar-me pela brisa quente
lutar contra moinhos de vento
deixar de me sentir estrangeiro
adentrar labirinto no milharal
lançar distante o novelo de Ariadne
E o ego?
Todavia, então, esse, talvez, esteja
moribundo,
, adestrado,
, contido,
não lastimo
tantos subvivem
por quase um século
sem gozar o corpus vivo
sem vivenciar o vento nos cabelos
sem sentir
o espanto
Por VanRes, 24/2/2008, x@-x a (12/10/2021 v.4.05; 20/04/2022) 31032023
25/06/2024
25/08/2024
8°, rajadas de ventos, 24/2/2008
rajadas de ventos
vigorosos aqui dentro
Cuidado, aguarde um momento,
regule a respiração
sufoque a ousadia
contenha a distração
controle ventania;
aguarde dispersão,
descarte a epifania,
abafe a abstração,
direcione as ondas
E a minha singularidade?
não a emancipe
conduza-a,
regre-se,
muito eventualmente
, com atenção extrema,
em um nublado domingo invernal
retiro cadeado
abro a porta
. Entretanto, em nosso sobrado,
recomendo manter-nos protegidos,
muro alto com vidro estilhaçado,
cercas de arame farpado
gradil pontiagudo,
fio eletrificado,
E o prazer?
Um dia,
dessa forma,
em tempos de mais certezas,
poderia
soltar cães
lutar contra moinhos
deixar de me sentir estrangeiro
adentrar labirinto no milharal
lançar distante o novelo de Ariadne
levar-me pela brisa
libertar os sonhos
E o ego?
Todavia, então, esse, talvez, esteja
moribundo,
, adestrado,
, contido,
não lastimo
tantos subvivem
por quase um século
sem gozar o corpus vivo
sem vivenciar o vento nos cabelos
sem sentir
espanto
Por VanRes, 24/2/2008, x@-x a (12/10/2021 v.4.05; 20/04/2022) 31032023
25/06/2024
08º (10º) um vento vigoroso aqui dentro
! extremo cuidado!,
aguarde um momento,
contenha a distração
controle a ventania;,
regule a respiração
aguarde dispersão,
descarte a epifania
sufoque a ousadia,
direcione ondas
abafe abstrações
E o ego?
E o prazer?
E minha singularidade?
não os emancipe
os conduza,
regule-os,
muito raramente
, com atenção extremada,
em uma ensolarada manhã de domingo
retire o cadeado
abra a porta
. Entretanto, ,
muros altos com vidro partido,
cercas de arame farpado,
mantenha-se protegido,
gradil pontiagudo,
em nosso sobrado
fio eletrificado,
Um dia,
dessa forma,
em tempos de mais segurança,
poderia
libertar os sonhos
levar-se pelo vento
sentir-se estrangeiro
soltar cães de aluguel
lutar contra moinhos de vento
adentrar labirinto sem o fio de Ariadne
Todavia, então, talvez
os sonhos estejam
, moribundos,
, adestrados,
, contidos,
não se lamente
muitos subvivem
sem gozar o corpus vivo
sem vivenciar o vento nos cabelos
sem sentir o espanto
diuturnamente
suprimindo sonhos
Por VanRes, 24/2/2008, x@-x a (12/10/2021 v.4.05)
8º vento
então espere um momento
para que o abafamento
disperse o vento
sufoque a ousadia
contenha a ventania
descarte as novidades
“Mas e as minhas ideias tão originais?”
controle-as,
regule-as,
não as emancipe
“Mas e o prazer!”
Com cuidado
Em um sábado de
sol
tire o cadeado
abre a janela
mas não retire
nem grades
nem cercas farpadas
nem fios eletrificados
um dia, num futuro distante, poderá
soltar os cachorros
libertar os sonhos
eles, talvez, já estejam adestrados, contidos
e tu decrépito, moribundo
“como tantos sobrevivem por tanto tempo
sem comer o corpus vivo”
me leve o vento e o espanto
24/2/2008
xx-x a v 4.03