Militarizar escolas estaduais tidas como "problemáticas" - essa é umas das propostas mais polêmicas em circulação em relação á educação já faz alguns anos, mas que vem se ampliando nos últimos meses. A inclusive uma proposta sendo elaborada por um Dep. Estadual recém eleito em Minas Gerais, que declara ter tido sinal verde do Governo Estadual para avançar com o projeto.
A solução, para o Deputado, seria o modelo cívico-militar, baseado em disciplina militar e hierarquia rígida. A responsabilidade sobre escola ficaria a cargo da PM, a exemplo do que ocorre nos Colégios Tiradentes. Atualmente Minas Gerais tem 30 Colégios Tiradentes, mas diferentemente desses "novos" colégios militares, os alunos são predominantemente filhos de militares da PM.
Os militares ficariam responsáveis pela gestão e pela estruturação dessas escolas, enquanto a parte pedagógica continuaria com os educadores e pedagogos.
Os defensores da medida alegam que os aspectos positivos das escolas militarizadas poderiam ser:
- relação entre custo e benefício seria muito boa;
- disciplina;
- senso de hierarquia;
- controle do currículo.
Críticos da proposta de militarização de escolas consideram que essas escolas teriam problemas em relação ao modelo de acesso, muitas vezes "vestibulinho", que acaba por selecionar não os alunos mais vulneráveis, mas os que já se destacam em outras escolas.
Haveria também uma idealização quanto aos resultados, pois embora haja alguns colégios militares brasileiros com ótimo rendimento, na maioria, os resultados pedagógicos não estariam entre os melhores. Segundo o site da Nova Escola, a partir de dados do ENEM de 2015, não havia nenhuma escola militar entre as 50 melhores escolas brasileiras de 2º grau. Contudo, na média, as escolas militares atuais tem rendimento médio melhor do que as públicas não-militares, quer sejam públicas ou privadas.
Especificamente em relação a Escolas Militares em regiões vulneráveis, ou "problemáticas" - como declara o Deputado Estadual que se propõe a desenvolver o projeto -, especialistas, mestres e doutores em educação tendem a considerar que apenas a abertura de uma escola militarizada não seria o bastante para resolver os problemas sociais.
Seriam necessárias ações mais complexas e integradas, que associassem, entre outros fatores:
- políticas públicas;
- investimentos;
- qualificação e valorização de professores;
- fomento de projetos sociais, culturais e esportivos;
- envolvimento da comunidade;
- atenção as peculiaridades locais.
Agora é aguardar para ver!
saiba mais:
https://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/zema-estuda-militariza%C3%A7%C3%A3o-de-escolas-estaduais-problem%C3%A1ticas-em-minas-1.2126415
https://novaescola.org.br/conteudo/12249/escola-militar-e-a-saida-para-criancas-de-comunidades-vulneraveis
https://www.pragmatismopolitico.com.br/2018/08/aluno-escola-militar-custa-escola-publica.html