195b-24
São muitas demandas
contudo
muito cuidado
se correr demais nos 20
quando chegar nos trinta
certamente
não será mais
aquele dos 20
nem mesmo
quase certo
aquele que desejava ser
quando fizesse trinta
@vanres2023
24fev24
Antologia : Miríade, Distopia, Utopia (2004-2024); @vanres1974; #anto; {14dez24 sat 10:50} ; #antologia Anthology: Myriad, Dysto...
pouco
quase nada
lembro-me
de vivências de infância
foram mais memoráveis
os choques literários
começaram no
4° ano primário.
Uma professora
me apresentou a maravilha
das maravilhas: literatura.
Dois dias depois:
- "Mas é para ler o livro todo antes de trocar!"
[E a gargalhada foi geral].
- " Já li".
- "Não minta. É muito feio". E a gargalhada aumentou. "Silêncio". "Então o que acontece com o personagem principal?"
- "As crianças viajam para .... "
(E foi difícil começar,
mas depois engatei
o que hoje parece
uma eternidade falando.
A professora se assustava.
Deixei de ouvir as risadas de escárnio
quando olhei após minha fala
vi várias bocas a se retorcer
com olhos estranhos
a expressar algo pior
do que o prazer infantil
por outro ser a vítima do momento).
"Qual outro livro quer ler?" A estupefata professora perguntou
"Não faço ideia".
Eu disse,
do jeito de uma criança tímida,
mas não tanto diria:
"a história continua?"
O primeiro livro foi "A vaca voadora"; depois "Vaca na Selva";
e ... "volta ao mundo em 80 dias" e "viagem ao redor da ...",
E não consegui mais parar
por duas décadas,
até me formar
em letras.
Na década de 1980:
- livros da série vagalume
- aventuras de Julio Verne
- Ian Fleming
- Agatha Christie
- Stephen King
- John Le Carre
- etc;
Mas há outras estórias,
mas que são mais difíceis de me lembrar:
disputar "partida" no campo de terra
com bolas de meia com pano
pedras como traves
jogar bolinha-de-gude
futebol de botão
capotagem descendo ladeira
em carrinho de guia
bater figurinha,
mas só de jogadores
de países desconhecidos,
da copa do mundo de 82 e 86
nas visitas aos primos no gagé
pique-pega pique-esconde
pique-...
queimada
pif-paf e batalha
cabo de guerra
no sítio do vô Francisco
tentar andar a cavalo
contra as vontades
do tio zé
no são dimas
fazer cabana entre moitas
ao lado de um pasto
cheio de carrapatos
no inverno seco
antes da queimada
não lembro onde
pescar lambaris no corrêgo
colocá-los na caixa d'agua de amianto
pegar girinos no rischo
para levar para aula de ciências
hidratar semente de feijão no algodão
Vivencei essas e outras,
claro, como a maioria
das criança, acho,
crescidas nos anos 1980
Contudo,
da infância
quis esquecer-me
de várias lembranças
que teimam em restar
tantas majoritariamente traumáticas
o carrinho de controle remoto dos sonhos presenteado num dia e furtado no outro alvo preferencial na queimada por ser gordinho e lento o prêmio de letra mais bonita da sala, no 2° ano primário, que virou motivo de chacota e me levou a ter a pior letra do 3°
Não sei se me ajudou
ou se me atrapalhou
mascada mudança
de casa primeiro
de esolas depois
parece-me hoje
um constante
reiniciar
quando fiz uns 10 anos
em torno de 1984:
- mudamos do São Dimas para a Fonte Grande
Quinta mudança de casa em 10 anos CongonhasBarreiraSargentoDiasSãoDimasFonteGrande
quando me mudei
para a sete de setembro
perdi o pouco de independência
que tivera durante os anos no são dimas
- Será que minha mãe não me deixava mais sair para brincar na rua, pois não conhecia as mães dos outros meninos?
- O irmão 7 anos mais velho havia começado a trabalhar. Não iria mais admirar suas muitas invenções maravilhosas: camelões, tratores e caminhões de madeira, carrinhos de guia, ...;
- Outro irmão, 3 anos mais velho, quase sempre estudava no outro turno na Escola - não me lembro muito de brincarmos. Na infância, 3 anos tornam outra geração.
Contudo, a mudança fundamental parece-me hoje, principalmente, a mudança no 3° ano primário do grupinho para o Pacífico Vieira - que de Pacífico só tinha o nome: menos coleguismo; mais bullying; mais perseguições incompreensíveis; mais ... .
grupinho pacífico napoleão estadual monsa padres
6 trocas de escola
dos 6 aos quinze anos
cada uma mais traumática
do que a troca anterior
quanto mais próximo
da adolescência
mais difíceis
as adaptações
grupinho pacífico napoleão estadual monsa padres
Felizmente,
no 4° ano primário,
uma professora me apresentou
a maravilha das maravilhas
Ei, acho que já contei essa parte da estória.
Deixe-me ver.
Sim, já contei!
...
Então, retomo o fio:
ou pauso
melhor continuar outro dia
@vanres#1981
12102022 170323 30jan24 01feb24 24fev24
Nota: Informo aos leitores uma relembrança de aulas de poesia, ministradas por Cláudio Leitão, Sueli Quintana, Adelaine LaGuardia, Maria Angela, Eliana Tolentino. Ao reler o "poema", constato que o eu-lírico não corresponde ao autor, que de fato, já pereceu, na virada de 2021 para 2022.
Mas a primeira versão não é de outubro de 2022?
Sim!
Mas...
Mas muito de perlaboração poética de um eu-lírico em sua liricidade!!!
@canres2023
195:24 overwork e guinada ao conservadorismo
[24/2 13:07] Vander Resende: Sim. concordo com os pontos que colocou agora. Principalmente esse último.
Mas a sobrecarga de trabalho a que a maioria se sujeita, quase impossibilita ficar atualizado.
[24/2 13:16] Vander Resende:
Esse é um dos motivos
pelo qual me sacrifico
financeiramente
para trabalhar
só um cargo
no estado.
inclusive
passei em concurso
para um 2° cargo
(de fato dois,
um na prefeitura
outro no estado)
mas
não assumi
pois queria
manter um mínimo
de qualidade de vida.
Com um cargo
tenho tempo para :
ler literatura
ouvir músicas
me informar
algumas horas por dia
para construir
juízos de opinião
informada
(isso de formar opinião,
mesmo com tempo para ler
esta cada vez difícil, hehe, )
caminhar
bater papo
com conhecidos e amigos
E de bônus,
um cargo no estado,
depois de 10 anos,
me permite me manter
na classe média baixa,
evitando ascender
a famigerada
classe média-média,
por que aí
seria me vender
demais ao sistema
e acabaria
como a ampla maioria
dos colegas de trabalho
tendendo a ter
um discurso
bonitinho
progressista
principalmente
político-identitário
mas uma prática
cada vez mais
conservadora
sobretudo
em termos
de classe
e pedagógicos
mas não só por óbvio
@vamres#2023
13:20
187d/24 Lula e Genocídio em gaza: uma crítica saindo esquerda, por @vanres#2016
minha perspectiva
quanto as falas de Lula
sobre o genocídio dos palestinos
pelo governo e exército de Israel
constitui-se crítica à forma,
não quanto ao conteúdo
das falas de lula
a partir de 7out
nos últimos 127 dias
com em torno de
30.000 mortos
e de 70.000 feridos
o massacre vem se constituindo
como um proto-holocausto
que já feriu ou matou
quase 5% da população
aprisionada na faixa de gaza
Considerando
o quê tenho lido,
ao longo décadas,
desde antes do 7out,
cada vez mais tendo a nomear
o que Israel tem perpetrado em Gaza:
colonialismo de povoamento
limpeza étnica
genocídio
Nesse sentido
lula me parece
estar discursando
para a platéia brasileira
ou para o público estrangeiro
que já era pró-palestino
ou contra-israelense
além disso
lula parece estar
construindo um inimigo externo
para reunir o "admirável gado novo"
contra os apoiadores de israel
principalmente internos
contudo
o que parece
não estar entrando
no cálculo político de lula
que ao falar para os convertidos
ele aliena aqueles que não estão
entendendo a situação
para muitos
que ouvi e que li
nessa última semana
lula fala contra israelenses
a favor de islâmicos
ataca judeus
e defende
palestinos
fala alto e rouco
contra o estado israelense
em falas perfeitas para bombar
no tic tok e no instagram
enquanto nos fóruns
internacionais
relevantes
fala de forma
diplomática
foi o que aconteceu
na quarta 21 de fevereiro de 2024
na reunião dos diplomatas do G20
[187/24 Genocídio em Gaza, visita de Blinken e ainda a fala de Lula, @vanres#2016, 24fev24 ]
foi o que aconteceu no passado
nas reuniões da ONU
quando o brasil era membro
provisório do conselho de segurança
propôs uma pausa humanitária
buscando assumir um papel
de mediador internacional
de conflitos
para projetar uma imagem
de estadista no Brasil
e nos mundo
agora,
em fevereiro, 2024,
nos fóruns internacionais
em que a fala de lula
poderia realmente
fazer diferença
ele fala
mas em tom conciliador
enquanto fala grosso
contra Israel
em lugares e momentos
não diplomáticos
como disse
não questiono
o conteúdo das falas
mas a forma
o momento
o lugar
@vanres#2016
187/24 Genocídio em Gaza, visita de Blinken e ainda a fala de Lula, @vanres#2016, 24fev24
Alegam defensores da fala de Lula,
feita em Adis Abeba,
no domingo, 18fev24,
que foi intencional e planejada.
A fala dizia respeito ao genocídio
intencional, operacionalizado, sistemático, ...
dos palestinos na faixa de gaza
pelos governos e instituições do Estado de Israel
Não sei se ficou explícito
em meu texto anterior
sobre o tema,
mas expando.
Por mais
que possa ter sido
planejada e intencional
considero que não podia
ter vindo em uma pior hora.
Poderia ser após a manifestação
do 25 de fevereiro, pró-Bolsonaro,
planejada para a avenida Paulista.
Ou, se era
realmente urgente,
e considero que era,
que se fizesse na quarta ou quinta,
enquanto chanceleres, ministros
de negócios estrangeiros,
das relações exteriores,
secretários de estado
do G20, estavam
no Brasil.
Ou, ainda antes,
durante ou depois
daquelas tão alardeadas
reuniões bilaterais com
Anthony "the Blinken"
ou Sergei Lavrov.
Entendo a complexidade
e dificuldade de acertar o tom,
em uma fala pública
sobre um tema
tão complexo.
Cito,
como anedota,
o meu próprio caso,
tendo tido muita dificuldade
em achar um tom "adequado"
para o texto que escrevi a respeito,
que publiquei em 22fev24.
Pois eu pretendia
marcar a minha revolta
com o genocídio em gaza,
mas queria apresentar uma leitura
menos polemizadora,
para não espantar
meus leitores
Sei que não ficou neutro
nem era intenção
Ao mesmo tempo
embora concorde
com o conteúdo da fala
sinto uma incerta necessidade de criticar o momento e o lugar em que foi feita.
Considero que,
como já declarei, antes,
a fala do Lula seria muito mais adequada e alcançaria um público internacional muito mais amplo e qualificado e amplo se fosse feita quarta-feira, 210224, por exemplo, durante a reunião dos chanceleres e secretários de estados do G20.
Que ocorreu aqui no Brasil.
Ou em uma coletiva
ao lado de Blinken
O secretário de Estado
dos Estados Unidos
Lembremos
que o imperium americanum
apoia Israel incondicionalmente
agindo em favor de Israel,
fornecendo milhares de bombas,
e suporte logístico, "moral" e afins
Bombas
não esqueçamos
mataram em torno de 30.000
palestina, majoritariamente,
mulheres e crianças.
Então seria
extremamente impactante
um discurso de Lula
para as autoridades
diplomaticas do G20
Isso claro
se realmente foi
intencional e planejado
Contudo, acompanhando falas inprovisadas de Lula há quase 30 anos, considero que de fato ele fez m****.
E na fala improvisada durante a entrevista não conseguiu segurar a raiva e frustração com a continuidade da operacionalização do genocídio em casa
O tom da fala
demonstra justa indignação
e exasperação com as ações
genocidas do governo de Israel
Contudo,
após a reunião
diplomática do G20;
bilaterais de Lula com Blinken e Lavrov,
tendo a fala de Lula sido contestada,
mas não sofrendo reprimenda pública,
não consigo parar de pensar
em outra interpretação.
Talvez
o momento e lugar
tenham sido realmente
planejado de forma estratégica,
para causar danos diplomáticos menores.
Desenvolvo:
será que a fala ter sido na Etiópia,
no domingo, não teria sido feita
para controle prévio de danos?
Será que a fala de Lula
não teria sido uma forma
de se posicionar a respeito
do genocídio dos palestinos pelos israelenses
antes do encontro diplomático do G20 e com Blinken e Lavrov.
Pelas falas anteriores
e pelos posicionamentos
éticos e coerentes de Lula,
seria exigido do presidente brasileiro
fazer uma fala crítica contundente
em relação ao genocídio em gaza
pelos apoiadores do governo
durante a reunião do G20
e nos encontros bilaterais.
Então Lula apresenta
o seu posicionamento antes,
para não confrontar abertamente
os altos emissários da diplomacia do G20.
Muitos dos quais,
os governos têm apoiado
incondicionalmente Israel,
como estados unidos,
alemanha
e frança
Considerando
o histórico consiliador
do presidente Lula
posso estar errado,
mas não poderia
deixar de colocar
essa inferência.
Já que não faz muito sentido
em termos diplomáticos e geopolíticos
a forma atabalhoada
em um fórum
inadequado.
Contudo, dia 18fev,
falar após a reunião
de cúpula dos Estados Africanos,
para o qual o Brasil fora convidado,
seria uma forma de Lula
ganhar bônus
sem o ônus
de se expressar
sobre o tema do genocídio
na reunião muito mais sensível
do G20 onde haveria uma audiência
muito mais ampla e com diplomatas
dos 20 estados mais ricos e poderosos do mundo
Se a fala em Adis Abeba
já colocou fogo no parquinho,
imagine se fosse feita no meio dessa semana
no encontro dos diplomatas do G20
ou nas reuniões bilaterais.
Blinken e outros diplomatas do G20
seriam obrigados, por coerência com o apoio incondicional de seus governos ao Estado de Israel,
a se posicionarem de forma forte e contundente
quanto a acusação de genocídio
e até mesmo de holocausto
de palestinos
pelo governo
de Israel.
Uma nova fala
justamente exaltada
de Lula sobre o genocídio
corrobora para mim a leitura
desse uso estratégico
de uma denúncia
do genocídio.
Na sexta, 23fev24,
a indignação com o genocídio em gaza
em um lançamento de um edital
da Petrobrás Cultural.
Novamente
Lula se exaulta
novamente crítica
o genocídio em gaza
e novamente em um fórum
em um lugar e em um momento
também não tão relevante
em termos diplomáticos
a platéia vibra
e Lula se apresenta
como um líder global
mas menin@
nos não vimos
ele falar publicamente
como falou ontem e domingo
tão indignadamente na quarta
ao menos em eventos
públicos do G20
o Lula
conciliador
de classes sociais
e agora de nações
se calou na quarta
quando realmente
poderia ter feito
uma enorme diferença
não para uma platéia
de apoiadores estasiados
como a de ontem
mas para aqueles diplomatas
diretamente responsáveis
pelo genocídio
devido ao apoio
militar financeiro
logístico moral
oara a continuidade
do genocídio
Se não foi isso,
considero tais improvisos
como duas das mais inadequadas estratégias,
de tantas possíveis ao governo do Brasil,
para questionar de fato
e realmente
fazer alguma diferença
quanto ao genocidio
dos palestinos
pelo governo
do estado
de Israel.
@vanres#2016
24fev24
versão 10:35