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Antologia: Miríade, Distopia, Utopia (2004-2024) -

     Antologia : Miríade, Distopia, Utopia  (2004-2024); @vanres1974; #anto;  {14dez24 sat 10:50} ; #antologia      Anthology: Myriad, Dysto...

Prof. Dr. Vander Resende, Doutorado em Lit Bras, pela UFMG; Mestre em Teorias Lit e Crít Cul, UFSJ

sábado, 24 de fevereiro de 2024

 195b-24 

São muitas demandas

contudo

muito cuidado

se correr demais nos 20

quando chegar nos trinta


certamente 

não será mais 

aquele dos 20


nem mesmo

quase certo

aquele que desejava ser

quando fizesse trinta



@vanres2023

24fev24

06a-/#2022  (v7) Esquecimentos Seletivos, by @vanres#1981

 

pouco

quase nada

lembro-me

de vivências de infância


foram mais memoráveis 

os choques literários 


começaram no 

4° ano primário.

Uma professora 

me apresentou a maravilha 

das maravilhas: literatura. 


Dois dias depois:

- "Mas é para ler o livro todo antes de trocar!" 

[E a gargalhada foi geral].

- " Já li".

- "Não minta. É muito feio". E a gargalhada aumentou. "Silêncio". "Então o que acontece com o personagem principal?"

- "As crianças viajam para .... " 

(E foi difícil começar, 

mas depois engatei 

o que hoje parece

 uma eternidade falando. 


A professora se assustava.  

Deixei de ouvir as risadas de escárnio


quando olhei após minha  fala

vi várias bocas a se retorcer

com olhos estranhos 

a expressar algo pior 

do que o prazer infantil

por outro ser a vítima do momento).

"Qual outro livro quer ler?" A estupefata professora perguntou

"Não faço ideia". 

Eu disse, 

do jeito de uma criança tímida, 

mas não tanto diria: 

"a história continua?"

O primeiro livro foi "A vaca voadora"; depois "Vaca na Selva"; 

e ... "volta ao mundo em 80 dias" e "viagem ao redor da ...", 

 E não consegui mais parar 

por duas décadas, 

até me formar 

em letras.


Na década de 1980:

- livros da série vagalume

- aventuras de Julio Verne

- Ian Fleming 

- Agatha Christie

- Stephen King

- John Le Carre

- etc;


Mas há outras estórias, 

mas que são mais difíceis de me lembrar:

disputar "partida" no campo de terra

com bolas de meia com pano 

pedras como traves 

jogar bolinha-de-gude

futebol de botão 


capotagem descendo ladeira 

em carrinho de guia

bater figurinha, 

mas só de jogadores 

de países desconhecidos, 

da copa do mundo de 82 e 86


nas visitas aos primos no gagé

pique-pega pique-esconde 

pique-...

queimada

pif-paf e batalha

cabo de guerra


no sítio do vô Francisco

tentar andar a cavalo

contra as vontades

do tio zé


no são dimas 

fazer cabana entre moitas 

ao lado de um pasto 

cheio de carrapatos

no inverno seco

antes da queimada


não lembro onde 

pescar lambaris no corrêgo

colocá-los na caixa d'agua de amianto 

pegar girinos no rischo

para levar para aula de ciências 

hidratar semente de feijão no algodão 


Vivencei essas e outras, 

claro, como a maioria 

das criança, acho, 

crescidas nos anos 1980


Contudo, 

da infância 

quis esquecer-me

de várias lembranças 

que teimam em restar

tantas majoritariamente traumáticas 

o carrinho de controle remoto dos sonhos presenteado num dia e furtado no outro alvo preferencial na queimada por ser gordinho e lento o prêmio de letra mais bonita da sala, no 2° ano primário, que virou motivo de chacota e me levou a ter a pior letra do 3°

Não sei se me ajudou

ou se me atrapalhou

mascada mudança

de casa primeiro

de esolas depois

parece-me hoje 

um constante 

reiniciar 

quando fiz uns 10 anos

 em torno de 1984: 

- mudamos do São Dimas para a Fonte Grande

Quinta mudança de casa em 10 anos CongonhasBarreiraSargentoDiasSãoDimasFonteGrande

quando me mudei 

para a sete de setembro 

perdi o pouco de independência

que tivera durante os anos no são dimas

- Será que minha mãe não me deixava mais sair para brincar na rua, pois não conhecia as mães dos outros meninos?

- O irmão 7 anos mais velho havia começado a trabalhar. Não iria mais admirar suas muitas invenções maravilhosas: camelões, tratores e caminhões de madeira, carrinhos de guia, ...;

- Outro irmão, 3 anos mais velho, quase sempre estudava no outro turno na Escola -  não me lembro muito de brincarmos. Na infância, 3 anos tornam outra geração.

Contudo, a mudança fundamental parece-me hoje, principalmente, a mudança no 3° ano primário do grupinho para o Pacífico Vieira - que de Pacífico só tinha o nome: menos coleguismo; mais bullying; mais perseguições incompreensíveis; mais ... .

grupinho pacífico napoleão estadual monsa padres 

 

6 trocas de escola 

dos 6 aos quinze anos

cada uma mais traumática 

do que a troca anterior


quanto mais próximo 

da adolescência

mais difíceis

as adaptações 


grupinho pacífico napoleão estadual monsa padres


Felizmente, 

no 4° ano primário, 

uma professora me apresentou 

a maravilha das maravilhas


Ei, acho que já contei essa parte da estória.

Deixe-me ver.

Sim, já contei!

...

Então, retomo o fio:


ou pauso 

melhor continuar outro dia


@vanres#1981 


12102022 170323 30jan24 01feb24 24fev24 

Nota: Informo aos leitores uma relembrança de aulas de poesia, ministradas por Cláudio Leitão, Sueli Quintana, Adelaine LaGuardia, Maria Angela, Eliana Tolentino. Ao reler o "poema", constato que o eu-lírico não corresponde ao autor, que de fato, já pereceu, na virada de 2021 para 2022.

Mas a primeira versão não é de outubro de 2022?

Sim!

Mas...

Mas muito de perlaboração poética de um eu-lírico em sua liricidade!!!

@canres2023







 195:24 overwork e guinada ao conservadorismo

[24/2 13:07] Vander Resende: Sim. concordo com os pontos que colocou agora. Principalmente esse último.

Mas a sobrecarga de trabalho a que a maioria se sujeita, quase impossibilita ficar atualizado.

[24/2 13:16] Vander Resende: 

Esse é um dos motivos

 pelo qual me sacrifico

 financeiramente 

para trabalhar 

só um cargo 

no estado.


 inclusive

 passei em concurso

 para um 2° cargo

 (de fato dois, 

um na prefeitura

 outro no estado)

mas 

não assumi

pois queria

manter um mínimo 

de qualidade de vida.


Com um cargo

 tenho tempo para :

ler literatura 

ouvir músicas

me informar 

algumas horas por dia 

para construir

 juízos de opinião 

informada 

(isso de formar opinião,

 mesmo com tempo para ler

 esta cada vez difícil,  hehe, )

caminhar

bater papo

com conhecidos e amigos


E de bônus, 

um cargo no estado,

 depois de 10 anos,

me permite me manter

 na classe média baixa,

 evitando ascender 

a famigerada 

classe média-média, 


por que aí

seria me vender 

demais ao sistema


e acabaria 

como a ampla maioria 

dos colegas de trabalho

tendendo a ter 

um discurso

 bonitinho 

progressista

principalmente

político-identitário 


mas uma prática

cada vez mais

conservadora

sobretudo 

em termos  

de classe

e pedagógicos

mas não só por óbvio 


@vamres#2023

13:20

 187d/24 Lula e Genocídio em gaza: uma crítica saindo esquerda, por @vanres#2016


minha perspectiva

quanto as falas de Lula

sobre o genocídio dos palestinos

pelo governo e exército de Israel

constitui-se crítica à forma, 

não quanto ao conteúdo 

das falas de lula 


a partir de 7out

nos últimos 127 dias

com em torno de 

30.000 mortos

e de 70.000 feridos

o massacre vem se constituindo

 como um proto-holocausto


que já feriu ou matou

quase 5% da população

aprisionada na faixa de gaza


Considerando 

o quê tenho lido,

ao longo décadas, 

desde antes do 7out,

 cada vez mais tendo a nomear 

o que Israel tem perpetrado em Gaza:

colonialismo de povoamento

limpeza étnica

genocídio


Nesse sentido

lula me parece 

estar discursando

para a platéia brasileira

ou para o público estrangeiro

que já era pró-palestino

ou contra-israelense


além disso

lula parece estar

construindo um inimigo externo

para reunir o "admirável gado novo"

contra os apoiadores de israel

principalmente internos


contudo

o que parece

não estar entrando 

no cálculo político de lula 

que ao falar para os convertidos

ele aliena aqueles que não estão

entendendo a situação


para muitos 

que ouvi e que li

nessa última semana

lula fala contra israelenses 

a favor de islâmicos

ataca judeus

e defende 

palestinos


fala alto e rouco

contra o estado israelense

em falas perfeitas para bombar 

no tic tok e no instagram 

enquanto nos fóruns 

internacionais

relevantes

fala de forma 

diplomática 


foi o que aconteceu 

na quarta 21 de fevereiro de 2024

na reunião dos diplomatas do G20

[187/24 Genocídio em Gaza, visita de Blinken e ainda a fala de Lula, @vanres#2016, 24fev24 ]

foi o que aconteceu no passado

nas reuniões da ONU


quando o brasil era membro 

provisório do conselho de segurança 

propôs uma pausa humanitária 

buscando assumir um papel

de mediador internacional 

de conflitos

para projetar uma imagem

de estadista no Brasil

e nos mundo 

 

agora, 

em fevereiro, 2024,

nos fóruns internacionais 

em que a fala de lula

poderia realmente

fazer diferença 

ele fala

mas em tom conciliador

enquanto fala grosso

contra Israel

em lugares e momentos

não diplomáticos


como disse

não questiono 

o conteúdo das falas

mas a forma

o momento 

o lugar


@vanres#2016

187/24 Genocídio em Gaza, visita de Blinken e ainda a fala de Lula, @vanres#2016, 24fev24 

Alegam defensores da fala de Lula, 

feita em Adis Abeba, 

no domingo, 18fev24, 

que foi intencional e planejada.


A fala dizia respeito ao genocídio 

intencional, operacionalizado, sistemático, ...

dos palestinos na faixa de gaza

pelos governos e instituições do Estado de Israel 


Não sei se ficou explícito 

em meu  texto anterior 

sobre o tema, 

mas expando.


Por mais 

que possa ter sido 

planejada e intencional 

considero que não podia

ter vindo em uma pior hora. 


Poderia ser após a manifestação 

do 25 de fevereiro, pró-Bolsonaro,

planejada para a avenida Paulista.


Ou, se era 

realmente urgente, 

e considero que era, 

que se fizesse na quarta ou quinta,

enquanto chanceleres, ministros 

de negócios estrangeiros, 

das relações exteriores, 

secretários de estado 

do G20, estavam 

no Brasil. 


Ou, ainda antes, 

durante ou depois

daquelas tão alardeadas

reuniões bilaterais com

Anthony "the Blinken" 

ou Sergei Lavrov.


Entendo a complexidade 

e dificuldade de acertar o tom, 

em uma fala pública 

sobre um tema 

tão complexo. 

Cito, 

como anedota, 

o meu próprio caso, 

tendo tido muita dificuldade

em achar um tom "adequado"

para o texto que escrevi a respeito,

que publiquei em 22fev24.


 Pois eu pretendia

marcar a minha revolta 

com o genocídio em gaza, 

mas queria apresentar uma leitura

 menos polemizadora, 

para não espantar

meus leitores


 Sei que não ficou neutro 

nem era intenção


Ao mesmo tempo

embora concorde 

com o conteúdo da fala 

sinto uma incerta necessidade de criticar o momento e o lugar em que foi feita.

Considero que, 

como já declarei, antes, 

a fala do Lula seria muito mais adequada e alcançaria um público internacional muito mais amplo e qualificado e amplo se fosse feita quarta-feira, 210224, por exemplo, durante a reunião dos chanceleres e secretários de estados do G20. 

Que ocorreu aqui no Brasil.

Ou em uma coletiva 

ao lado de Blinken

 O secretário de Estado

dos Estados Unidos 


Lembremos 

que o imperium americanum

apoia Israel incondicionalmente 

agindo em favor de Israel, 

fornecendo milhares de bombas,

e suporte logístico, "moral" e afins


Bombas

não esqueçamos 

 mataram em torno de 30.000 

palestina, majoritariamente,

mulheres e crianças.


Então seria 

extremamente impactante

um discurso de Lula

para as autoridades

diplomaticas do G20


Isso claro 

se realmente foi

 intencional  e planejado

Contudo, acompanhando falas inprovisadas de Lula há quase 30 anos, considero que de fato ele fez m****. 

E na fala improvisada durante a entrevista não conseguiu segurar a raiva e frustração com a continuidade da operacionalização do genocídio em casa

O tom da fala 

demonstra justa indignação 

e exasperação com as ações 

genocidas do governo de Israel

 

Contudo, 

após a reunião

 diplomática do G20;

 bilaterais de Lula com Blinken e Lavrov, 

tendo a fala de Lula sido contestada, 

mas não sofrendo reprimenda pública,

 não consigo parar de pensar 

em outra interpretação.


 Talvez

 o momento e lugar 

tenham sido realmente 

planejado de forma estratégica, 

para causar danos diplomáticos menores.


Desenvolvo: 

será que a fala ter sido na Etiópia, 

no domingo, não teria sido feita 

para controle prévio de danos?

Será que a fala de Lula 

não teria sido uma forma 

de se posicionar a respeito 

do genocídio dos palestinos pelos israelenses 

antes do encontro diplomático do G20 e com Blinken e Lavrov.


Pelas falas anteriores 

e pelos posicionamentos 

éticos e coerentes de Lula, 

seria exigido do presidente brasileiro

 fazer uma fala crítica contundente 

em relação ao genocídio em gaza

pelos apoiadores do governo

 durante a reunião do G20 

e nos encontros bilaterais. 


Então Lula apresenta 

o seu posicionamento antes, 

para não confrontar abertamente 

os altos emissários da diplomacia do G20.


 Muitos dos quais, 

os governos têm apoiado

 incondicionalmente Israel,  

como estados unidos, 

alemanha

e frança

Considerando 

o histórico consiliador

do presidente Lula

posso estar errado, 

mas não poderia 

deixar de colocar 

essa inferência. 

Já que não faz muito sentido 

em termos diplomáticos e geopolíticos

 a forma atabalhoada 

em um fórum 

inadequado.


Contudo, dia 18fev,

falar após a reunião 

de cúpula dos Estados Africanos, 

para o qual o Brasil fora convidado,

 seria uma forma de Lula 

ganhar bônus

sem o ônus

de se expressar 

sobre o tema do genocídio 

na reunião muito mais sensível 

do G20 onde haveria uma audiência

 muito mais ampla e com diplomatas 

dos 20 estados mais ricos e poderosos do mundo

Se a fala em Adis Abeba 

já colocou fogo no parquinho,

 imagine se fosse feita no meio dessa semana 

no encontro dos diplomatas do G20 

ou nas reuniões bilaterais.


Blinken e outros diplomatas do G20

 seriam obrigados, por coerência com o apoio incondicional de seus governos ao Estado de Israel, 

a se posicionarem de forma forte e contundente

 quanto a acusação de genocídio 

e até mesmo de holocausto 

de palestinos 

pelo governo 

de Israel.


Uma nova fala 

justamente exaltada

 de Lula  sobre o genocídio

corrobora para mim a leitura

desse uso estratégico 

de uma denúncia

do genocídio.


Na sexta, 23fev24,

Lula volta a expressar

a  indignação com o genocídio em gaza

em um lançamento de um edital 

da Petrobrás Cultural.



Novamente 

Lula se exaulta

novamente crítica 

o genocídio em gaza

e novamente em um fórum 

em um lugar e em um momento

também não tão relevante 

em termos diplomáticos


a platéia vibra

e Lula se apresenta 

como um líder global


mas menin@ 

nos não vimos 

ele falar publicamente

como falou ontem e domingo

tão indignadamente na quarta

ao menos em eventos 

públicos do G20


o Lula 

conciliador

de classes sociais

e agora de nações

se calou na quarta 

quando realmente 

poderia ter feito

uma enorme diferença 

não para uma platéia 

de apoiadores estasiados

como a de ontem

mas para aqueles diplomatas

diretamente responsáveis

pelo genocídio

devido ao apoio 

militar financeiro

 logístico moral

oara a continuidade 

do genocídio 


Se não foi isso, 

considero tais improvisos

 como duas das mais inadequadas estratégias, 

de tantas possíveis ao governo do Brasil, 

para questionar de fato 

e realmente 

fazer alguma diferença

quanto ao genocidio 

dos palestinos

pelo governo 

do estado 

de Israel.


@vanres#2016


24fev24

versão 10:35