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373∆24 Brasil and the world in crisis (draft)

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domingo, 5 de maio de 2024

378-24 direito ao tempo 05/05/2024

 378-24 direito ao tempo


me dou incerto instante

para o deslumbramento

na passagem do tempo


tantas tragédias

aqui, ali, lá, acolá, ...

"coisas se despedaçam"

no norte, sul, leste, oeste

desastres climáticos em série

"o centro não consegue se manter"

exercícios militares nas proximidades de potências nucleares

tensionamentos nos mares: do sul da China; báltico, vermelho negro mediterrâneo arábico do japão ...

no império futuros agentes se insurgem

"o falcão não ouve o falcoeiro"

em todo canto e lugar

explodem crises

previníveis e

previsíveis


abobalhado

paro de ler

saio a vagar

pela avenida

em ritmo lento

claudicante como zumbi


expirar

inspirar

ouço 

observo

o toque suave 

nas folhas pelos ventos


passo a passo 

dou-me uns momentos

para constatar o crescer

do abacateiro no alto da sete


não seria capaz

de percebê-lo sem observar constante

me pareceria um crescimento aos saltos 


pauso para constatar 

até onde vai minha sombra 

às 10:00 de ensolarada manhã


me dou um tempo

para ditar 

um texto

ou um poema

ou uns haikais

 

visualizo três borboletas 

uma branca outra amarela outra rajada

flanam sobre cerca de pequenos bambus

ao largo umas plantas em entrelace
tão variadas floradas
vermelhas boninas 
laranjas amarelas
brancas roxas

na encruzilhada 

vislumbro ao longe

em frente um monumento

na esquerda muros e portas

na direita as palmeiras sobressaem


minha careca coberta 

com chapéu de pescador

abas largas e pano a proteger a nuca 


o sol a pino queima minha pele exposta


e sinto a surpresa prazerosa

quando viro outra esquina

uma lufada

de vento 

acariciar

mãos braços

e o rosto descoberto


o cordel

evita vôo

do chapéu

 

a brisa

refresca a pele

enquanto simultaneamente

o sol forte de mais um verânico 

cada vez mais frequente em outonos

queima a minha pele tão desprotegida


e enquanto a andarilhar

por baixo de grandes ficos 

farfalham os galhos

estalam as folhas

ressequidas

caídas


não sigo a trilha demarcada

por percurso definido

pelas formigas


na manhã de outono

ouso usufruir 

de direito 

ao tempo

ao lazer

ao raro

ao eu


ouço

pauso

me deslumbro


@vanres2004

05/05/2024

Sumário: Miríade e Distopia

(Em construção) 

 

citações adaptadas de "segunda vinda", W. B. Yeats, 1919.



378-24 direito ao tempo


me dou

algum tempo

para observar

o passar dos momentos


ouço

sinto

observo

o toque suave

dos ventos nas folhas

caminho em ritmo lento


passo a passo

dou-me uns instantes

para perceber como cresceu

lentamente o abacateiro no alto da sete


não sou capaz

de perceber o crescimento

se não observo frequentemente

me pareceria que ela crescera aos saltos


paro

para observar

até onde vai a sombra

às 10:00 de ensolarada manhã


me dou um tempo para ditar

um texto um poema um haikai

vejo

duas borboletas

uma branca outra amarela

flanamsobre o muro de pequenos bambus


na encruzilhada

vejo ao longe o Cristo Redentor

e ao largo a planta em flor

do lado esquerdo muros

do direito as palmeiras


o sol a pino

queima minha pele

suavemente

minha careca coberta

com chapéu de pescador

abas largas e cordel

pequeno pano a cobrir a nuca


o cordel

evita o vôo do chapéu

quando viro outra esquina

e sinto o prazer de uma lufada de vento


o vento acaricia

mãos

braços

e o rosto descoberto

a brisa refresca

agradavelmente


nesse outono

o sol tão forte

de mais um verânico

cada vez mais frequente

queima a pele desprotegida


por debaixo

dos grandes ficos

farfalham os galhosp

e enquanto eu andarilho

estalam as folhas caídas


não sigo

a trilha batida

um percurso definido

pelas pequenas formigas


ouço

pa

uso

vislumbro


ouso

usufruir

do direito

ao tempo


@vanres2004

05/05/2024











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