me dou incerto instante
para o deslumbramento
na passagem do tempo
tantas tragédias
aqui, ali, lá, acolá, ...
"coisas se despedaçam"
no norte, sul, leste, oeste
desastres climáticos em série
"o centro não consegue se manter"
exercícios militares nas proximidades de potências nucleares
tensionamentos nos mares: do sul da China; báltico, vermelho negro mediterrâneo arábico do japão ...
no império futuros agentes se insurgem
"o falcão não ouve o falcoeiro"
em todo canto e lugar
explodem crises
previníveis e
previsíveis
abobalhado
paro de ler
saio a vagar
pela avenida
em ritmo lento
claudicante como zumbi
inspirar
ouço
observo
o toque suave
nas folhas pelos ventos
passo a passo
dou-me uns momentos
para constatar o crescer
do abacateiro no alto da sete
não seria capaz
de percebê-lo sem observar constante
me pareceria um crescimento aos saltos
pauso para constatar
até onde vai minha sombra
às 10:00 de ensolarada manhã
me dou um tempo
para ditar
um texto
ou um poema
ou uns haikais
visualizo três borboletas
uma branca outra amarela outra rajada
flanam sobre cerca de pequenos bambus
ao largo umas plantas em entrelacena encruzilhada
vislumbro ao longe
em frente um monumento
na esquerda muros e portas
na direita as palmeiras sobressaem
minha careca coberta
com chapéu de pescador
abas largas e pano a proteger a nuca
o sol a pino queima minha pele exposta
e sinto a surpresa prazerosa
quando viro outra esquina
uma lufada
de vento
a acariciar
mãos braços
e o rosto descoberto
o cordel
evita vôo
do chapéu
a brisa
refresca a pele
enquanto simultaneamente
o sol forte de mais um verânico
cada vez mais frequente em outonos
queima a minha pele tão desprotegida
e enquanto a andarilhar
por baixo de grandes ficos
farfalham os galhos
estalam as folhas
ressequidas
caídas
não sigo a trilha demarcada
por percurso definido
pelas formigas
ouso usufruir
de direito
ao tempo
ao lazer
ao raro
ao eu
ouço
pauso
me deslumbro
@vanres2004
05/05/2024
(Em construção)
378-24 direito ao tempo
me dou
algum tempo
para observar
o passar dos momentos
ouço
sinto
observo
o toque suave
dos ventos nas folhas
caminho em ritmo lento
passo a passo
dou-me uns instantes
para perceber como cresceu
lentamente o abacateiro no alto da sete
não sou capaz
de perceber o crescimento
se não observo frequentemente
me pareceria que ela crescera aos saltos
paro
para observar
até onde vai a sombra
às 10:00 de ensolarada manhã
me dou um tempo para ditar
um texto um poema um haikai
vejo
duas borboletas
uma branca outra amarela
flanamsobre o muro de pequenos bambus
na encruzilhada
vejo ao longe o Cristo Redentor
e ao largo a planta em flor
do lado esquerdo muros
do direito as palmeiras
o sol a pino
queima minha pele
suavemente
minha careca coberta
com chapéu de pescador
abas largas e cordel
pequeno pano a cobrir a nuca
o cordel
evita o vôo do chapéu
quando viro outra esquina
e sinto o prazer de uma lufada de vento
o vento acaricia
mãos
braços
e o rosto descoberto
a brisa refresca
agradavelmente
nesse outono
o sol tão forte
de mais um verânico
cada vez mais frequente
queima a pele desprotegida
por debaixo
dos grandes ficos
farfalham os galhosp
e enquanto eu andarilho
estalam as folhas caídas
não sigo
a trilha batida
um percurso definido
pelas pequenas formigas
ouço
pa
uso
vislumbro
ouso
usufruir
do direito
ao tempo
@vanres2004
05/05/2024
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