Postagem em destaque

Antologia: Miríade, Distopia, Utopia (2004-2024) -

     Antologia : Miríade, Distopia, Utopia  (2004-2024); @vanres1974; #antologia;  {11dez24 qua 20:40-20:50}      Anthology: Myriad, Dystopi...

Prof. Dr. Vander Resende, Doutorado em Lit Bras, pela UFMG; Mestre em Teorias Lit e Crít Cul, UFSJ

sábado, 20 de janeiro de 2024

 01/11/21 Com idosa e criança 

281°


Um homem, barba longa e raros cabelos brancos, parou o carro, saiu pela porta do motorista.

Uma idosa gesticulava no banco dianteiro direito do passageiro.

Uma criança sentava-se no banco traseiro, olhando ao redor, curiosa.

O homem abriu a porta traseira do carro, do lado esquerdo. Parecia retirar o cinto do banco infantil.

Chegou um ônibus muito próximo . Businou.

Ele olhou para o ônibus, olhou para outro lado. Fechou a porta. Encostou o corpo no carro. 

O ônibus seguiu.

 Passou por trás do carro para o lado direito.

A criança se levantou, no banco.

A idosa saiu, com dificuldades, pela porta dianteira direita.

O velho chegou na porta traseira direita, a abriu, olhou para a idosa.

A senhora fechou a porta dianteira, parou atrás dele, movendo os lábios, gesticulando. 

Quando o homem colocou o tronco na porta traseira direita, a criança já havia passado para a frente do carro, sentado no banco da esquerda. 

Abria a porta do motorista. 

Um motoqueiro quase bate na porta. Buzina forte.

O velho tira o tronco de dentro da porta traseira direita do carro, se endireita, ao se afastar apressado do carro, tromba com a idosa.

Se desequilibram, ela caindo, ele se equilibra. Consegue ainda segurar o braço direito dela.

Ela grita.

Enquanto isso, a criança desce do carro pela porta esquerda dianteira.

O motoqueiro brecou e parou a moto numa vaga três carros a frente.

Ela apoia a mão esquerda no muro de chapisco.

O velho a ampara até ela apoiar-se no chão com ambas as mãos.

Ele vira a cabeça em direção à criança e da escancarada porta dianteira esquerda.

Corre desajeitado em direção à criança. Trupica em um buraco no asfalto, 

[Fim do texto na página]

[Duas páginas em branco]

[Início de outra página] 


se apoia na traseira do carro. 

A criança, curiosamente, fechava a porta. 

Ele se equilibra e a alcança. Abre os braços para pegá-la. 

Ela faz careta e o empurra.

Ele a pega no colo. 

Ela esperneia. 

Ela a leva para onde a idosa levanta-se, com ajuda de uma passante. 

O motoqueiro arranca e parte, balançando a cabeça.

O velho fala algo com a passante e com a idosa.

A passante sorri. 

A idosa gesticula e move os lábios.

A criança esperneia no colo dele.

O velho abre a porta trazeira direita, recoloca a criança no banquinho, no lugar do meio, no banco traseiro.

 Parece recolocar o cinto.

A criança berra.

Ele reabre a porta dianteira direita e fala algo com a idosa. Ela gesticula e aponta e fala. 

Ele a ajuda a entrar. 

Fala algo com a passante, que sorri.

Ele atravessa para o lado esquerdo. Aguarda passar caminhão, carro, ônibus, moto, 

Coloca dedão direito no pulso esquerdo. Parece medir a pulsação.

Inspira e expira lentamente. Enche e esvazia o peito. Acerta postura. 

O fluxo reduz. Avança, abre a porta. Entra.

A criança berra no banco traseiro.

A idosa gesticula e fala no banco dianteiro direito.

O velho mantem a boca fechada e parece respirar de forma cadenciada. Coloca as mãos em concha na altura do coração. Fica parado, estático, alguns segundos. 

Liga o carro, dá seta para a esquerda. Aguarda um pouco. Arranca.

Segue, para não sei onde.

Embora, uma certeza, não fez o que veio fazer.

Por VanRes, 01/11/2021, v04.e7.a47 (02/11/2021, 02:12 às 03:56 20jan24


281°


Um homem, barba longa e poucos cabelos brancos, parou o carro, saiu pela porta do motorista.


Uma idosa gesticulava no banco dianteiro direito do passageiro.


Uma criança sentava-se no banco traseiro, olhando ao redor,  curiosa.


O homem abriu a porta traseira do carro, do lado esquerdo. Parecia retirar o cinto do banco infantil.


Chegou um ônibus muito próximo . Businou.


Ele olhou para o ônibus, olhou para outro lado. Fechou a porta. Encostou o corpo no carro. 


O ônibus seguiu.


 Passou por trás do carro para o lado direito.


A criança se levantou, no banco, lá dentro.


A idosa saiu, com dificuldades, pela porta dianteira direita.


O velho chegou na porta traseira direita, a abriu, olhou para a idosa.


A senhora fechou a porta dianteira, parou atrás dele, movendo os lábios, gesticulando. 


Quando o homem colocou o tronco na porta traseira direita, a criança já havia passado para a frente do carro, sentado no banco da esquerda. Abria a porta do motorista. 


Um motoqueiro quase bate na porta. Buzina forte.


O velho tira o tronco de dentro da porta traseira direita do carro, se endireita, ao se afastar apressado do carro, tromba com a idosa.


Se desequilibram, ela caindo, ele se equilibra. Consegue ainda segurar o braço direito dela.


Ela grita.


Enquanto isso,  criança desce do carro pela porta esquerda dianteira.


O motoqueiro brecou e parou a moto numa vaga três carros a frente.


Ela apoia a mão esquerda no muro de chapisco.


O velho a ampara até ela apoiar-se no chão com ambas as mãos.


Ele vira a cabeça em direção à criança e da escancarada porta dianteira esquerda.


Corre desajeitado em direção à criança. Trupica em um buraco no asfalto, 


[Fim do texto n página]


[Duas ou três páginas em branco]


[Início de outra página] 


se apoia na traseira do carro. 


A criança, curiosamente, fechava a porta. 


Ele se equilibra e a alcança. Abre os braços para pegá-la. 


Ela faz careta e o empurra.


Ele a pega no colo. Ela esperneia. A leva para onde a idosa levanta-se, com ajuda de uma passante. 


O motoqueiro arranca e parte, balançando a cabeça.


O velho fala algo com a passante e com a idosa.


A passante sorri. 


A idosa gesticula e move os lábios.


A criança esperneia no colo.


O velho abre a porta trazeira direita. Recoloca a criança no banquinho, no lugar do meio, no banco traseiro. Parece recolocar o cinto.


A criança berra.


Ele reabre a porta dianteira direita e fala algo com a idosa. Ela gesticula e fala. Ele a ajuda a entrar. Fala algo com a passante, que sorri.


Ele atravessa para o lado esquerdo. Aguarda passar caminhão, carro, ônibus, moto, 


Coloca dedão direito no pulso esquerdo. Parece medir a pulsação. Inspira e expira lentamente. Enche e esvazia o peito. Acerta postura. 


O fluxo reduz. Avança, abre a porta. Entra.


A criança berra no banco traseiro.


A idosa gesticula e fala no banco dianteiro direito.


O velho mantem a boca fechada e parece respirar de forma cadenciada. Coloca as mãos em concha na altura do coração. Fica parado, estático, uns dois minutos. Liga o carro, dá seta para a esquerda. Aguarda um pouco. Arranca.


Segue, para não sei onde.


embora, com certeza, não fez o que vieram fazer.


Por VanRes, 01/11/2021, v04.e7.a47  (02/11/2021, 02:12 às 03:56



Nenhum comentário:

Postar um comentário