16-24 desesperada espera
enquanto eu
impacientemente
espero pelo ônibus
não consigo repouso
sinto o desespero vir à tona
não suporto estar
eu comigo
mesmo
ou
leio ou
fotografo ou
converso ou
edito notas ou
reviso textos ou
escrevo ou
quer
sejam
poemas ou
crônicas ou
agendas ou
micronarrativas
sempre
preciso
olhar
para
fora
e
não
estar
em minha
companhia
insuportável
“mas
na escrita
como esta
não se analisa
não olha para dentro
não reflete sobre seu ego
não se critica e a sociedade ao redor”
se assim pensas
ao ler este ou outro texto
eu alcancei o meu objetivo
contudo, todavia, entretanto
diria que quase nunca
pois não é possível
a crítica do que
não se conhece
aprofundadamente
ampla maioria de textos
tem sido sobre
um eu lírico
que de fato
não sou eu
mas uma projeção
de um personagem
que seria uma ideia
um outro que eu desejo
na forma que anseio seja visto
nem sempre com sucesso
do modo como eu quero
que o outro pense
sobre o eu
o que
eu não
consigo
confrontar
não tem sido
os turbilhões mentais
projetados em postagens
mas o vazio existencial
a repetição incessante
das mesmas ideias
preconceituosas
pre-concebidas
conservadoras
superficiais
recorrentes
buraco negro
do senso
comum
aflora
vivo em
redemoinho
que a tudo suga
eventualmente
através da escrita
acredito conseguir
superar a espiral
rumo ao abismo
@vanres1974
16jan24 15:10 às 16:20
#metaescrita
#crise_do_eu
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