44-*24 III Hora Terça: flanando por são joão del rei mg, 22012024;
Série: Tempus Inter Opus;
por @vanres2023
badala
a hora terça
saio determinado
rumo ao aleijadinho
igreja de são francisco
pauso na praça
no chafariz da legalidade
saiba de um faxineiro exclusivo
conta histórias com sorriso no rosto,
varre folhas, apara grama, poda galhos, retira ervas,
cata bitucas, recolhe fezes, desinfeta urina noturna,
logo após
passar por cabine
da cultura inglesa
carroça atravessa
cavalo resfolegante
audível ruído de ferraduras
no calçamento de não tão paralelepípedos
na praça
canto de pássaros
trinam e se esbaldam
na grama recém aparada
pendentes galhos secos
perigosas palmeiras
uma sem palma
alguma
cão rosna
enquanto rasga
o saco de lixo orgânico
outro faxineiro
recolhe areia do bonfim
acumulada nas esquinas
em giro
ao redor da igreja
assomam ervas, ramos,
flores entre as pedras
um reboque recente
re-tocado de branco
respingos em pedra
deformações
nesta
histórica
cidade mineira
não me aparenta
haver um mínimo
de preocupação
com restauro
não só aqui
rejuntam-se
pedras da fundação
quase já tricentenárias
com argamassa comum
nivelada em tom
de muito pouca
distinção
na igreja
ao adentrar
alguns minutos paz
música sacra
no celular
dá o tom
então
chega
uma família
e um guia a convencê-la
das maravilhas de ser guiada
em meio ao alto processo
de longo convencimento
não consigo mais
me concentrar
enquanto
o guia detalha o altar
outro guia rasga
fala ainda mais alto
direto para o fundo
vozes
ao norte
vozes ao sul
música sacra
no entremeio
então
saio da igreja
em busca silêncio
me
aproximo
do centro da praça
rodeado de palmeiras
de repente
me vejo no centro
de um estrela de davi
mesmo
no dia
nublado
o sol queima
a pele sem proteção
então visito o santo antonio
e depois de girar sem rumo
percebo não ser o lugar
mas a mim que não
me reconheço
se aproxima
a hora sexta
seria momento
de mais um reencontro
todavia
de opinião
ainda mais
me afasto
@vanres2009
22jan24
09032024
44-24 III Hora Terça: flanando por são joão del rei mg
a hora terça
quando badala
saio determinado
rumo ao são francisco
de aleijadinho
pauso no chafariz da legalidade
em cuja praça labora um faxineiro exclusivo
conta histórias, com sorriso no rosto,
varre folhas, apara grama, poda galhos, retira ervas;
cata bitucas, recolhe fezes, desinfeta urina noturna,
nas proximidades
da são francisco
carroça atravessa
cavalo resfolegante
ouço ruído de ferradura
na calçada de paralelepípedos
ouço canto de pássaros
trinando na praça
a grama desaparada
pendentes galhos secos
perigosas palmeiras
uma sem palma
alguma
o cão rasga
o saco fino
de lixo orgânico
o faxineiro recolhe
a areia vinda do bonfim
e acumulada nas esquinas
em giro pela igreja
ervas e flores assomam
entre as pedras e o reboque
recém re-tocada de branco
respingos em pedra sabão
pintura e deformação
sem cuidado mínimo
pedras da fundação
rejuntadas com
massa comum
nivelada
em tom
pouco
distinto
ao entrar
na igreja
alguns minutos se paz
música sacra e
até que chega uma família
e um guia a convencê-la
das maravilhas de ser guiado
ao convencê-los
não consigo mais me concentrar
enquanto guia no altar
outro guia adentra direto para o fundo
vozes na frente ao fundo música
saio da igreja
em busca
de paz
então
a partir
do meio da praça
enquanto fotografo
ao menos sete palmeiras
me vejo no centro da estrela de davi
o sol me queima
mesmo no dia
nublado
hora
de me
esconder
se aproxima
a sexta hora
@vanres2009
22jan24
Nenhum comentário:
Postar um comentário